Rede social vira poderosa ferramenta para empreendedores e marcas, com poder de alcance para várias gerações
Em 2010, o brasileiro Mike Krieger e Kevin Systrom criaram o aplicativo Burbn que permitia, ainda que de forma complicada, fazer fotos e check-ins. Em 6 de outubro daquele ano o Burbn é repensado e acaba se transformando no Instagram, que aplica filtros às imagens e as compartilha em redes como Facebook e o Twitter.
O aplicativo passou a estar disponível apenas para usuários de aparelhos da Apple e somente dois anos depois ampliou para outros sistemas operacionais, se consolidando como uma das principais redes sociais para curtir e comentar as fotos de amigos. Em 2012, Mark Zuckerberg comprou o Instagram e fez da rede uma poderosa ferramenta de negócios e hoje inclui vídeos longos e curtos, loja e uma variedade de opções para empreendedores e marcas.
Mas o que torna ela tão atrente e com uma vida tão longa?
Hoje em dia o Instagram está no topo das marcas mais admiradas pelos universitários brasileiros, segundo um estudo feito pela Partyou. Ela é a rede social preferida dos jovens brasileiros com idade entre 18 e 25 anos, a Geração Z, segundo pesquisa da HSR – Specialist Researchers, feita com mil pessoas das classes sociais A, B e C, que vivem nas principais capitais do país. O “Insta” aparece em 62% das citações.
Para vários especialistas de comunicação, um dos motivos dessa diferença está no tempo de atividade das plataformas. É o que afirma Ísis Vasques, diretora executiva da Agência Ecco. “O Instagram já está consolidado e é mais conhecido, em geral, pelo anunciante. Já existe um vasto histórico de retorno e benchmarks de ações bem-sucedidas com influenciadores na ferramenta. Digamos que é um terreno mais ‘seguro’ na mente dos clientes”, afirmou.
Outro fator que dá vantagem ao Instagram pelo quesito temporal é o público já estabelecido, como aponta Ricardo Tarza, sócio e diretor de inovação e criatividade na DreamONE. “Os formatos e linguagens são mais amplos e já contam com uma fidelização dos usuários e certificação das marcas em relação aos resultados e confiança que o Instagram entrega”, explica. “O mesmo se aplica à clusterização, que tem uma horizontalidade para todas as idades, enquanto no TikTok, ainda não tem estas questões bem definidas que possam alcançar todos os públicos. Isso acaba direcionando os conteúdos para pessoas mais jovens, que hoje estão mais presentes na rede”, ressalta.
Quanto tempo deve ficar em alta?
Uma das principais críticas dos usuários está no volume de anúncios na rede. Isso, no entanto, não deve mudar. A Meta deve ampliar a quantidade e os estilos dos anúncios veiculados no Instagram e no Facebook, fazendo-os estarem presentes também no perfil. A decisão é uma forma de tentar cobrir a queda na arrecadação da empresa, que começou a cair no ano passado devido à política da Apple e segue em declínio em 2022.
Os reels também deverão ser impactados: os anúncios “pós-loop” deve surgir enquanto o usuário rola pela tela e ter entre quatro e 10 segundos. Eles serão puláveis e devem ser repetidos caso a pessoa assista ao vídeo original novamente.
O relatório da Insider Intelligence ainda estima que 74,5% dos anunciantes dos Estados Unidos farão grandes investimentos no Marketing de influência em 2022; segundo a pesquisa, esse tipo de ação publicitária deve crescer cerca de 27,8% este ano, chegando a US$ 4,99 bilhões. Com isso, o Tik Tok deve ganhar ainda mais importância no futuro.
Segundo Silas Colombo, fundador e CCO da MOTIM, esse movimento é “quase que natural”. “Nos últimos anos, o Instagram passou a colocar cada vez mais obstáculos para a entrega dos conteúdos postados para o crescimento das bases de seguidores dos influenciadores e preços de impulsionamento bastante elevados. Por outro lado, o Tiktok tem um algoritmo que entrega números melhores na divulgação dos conteúdos, o que dá mais segurança para as marcas, ajuda novos criadores a conquistarem seguidores e auxilia na variedade de nomes para parcerias”, afirmou.